sexta-feira, 18 de junho de 2010

Romance em apuros [2]

 Tudo quebrou-se, mesmo nessa tentativa de reconstrução a entrega não poderá ser a mesma de antes, estamos em constante mutação.
 Sou sempre a tua disponibilidade, dentre as muitas dores que tenho essa é mais uma delas.
 A espera angustiante de alguém que carrega angústia, retornos porque está sem direção.
 Ainda não sei dizer o que existe entre nós, dá medo pensar que pra mim continua sendo o vazio que sempre existiu.
 Nas vezes que tento explicar o que nunca fui capaz, você parece lutar arduamente pra não entender.
 Tantos papéis que dizem tudo, não te digo metade do que escrevi.
 Serei apenas teu abraço de refúgio dos erros que eu sabia que você estava cometendo?
 Mesmo quando nos tocamos existe sobre cada um seu escudo que continua impedindo de entregar-se totalmente.
 Seria preciso reestruturar tudo aquilo de novo aos poucos.
 Não dá pra te carregar, meu cansaço já é maior que o seu, já te carrego no meu coração dilacerado há muito tempo e esse é meu maior peso.
 Nos raros momentos de lucidez percebo que insistir nisso não faz sentido, ainda que não pareça compreendo tudo o que acontece entre nós, mas me dói tanto que prefiro fingir que não compreendo esse caso cada vez mais insolucionável.
 Talvez eu apenas precise da única coisa que ainda me faz  sentir-me viva.
 Desculpa se eu não posso ser o que você quer.
 E não venha me dizer que entende, só eu sei o quanto é difícil aceitar.

"Já tentei mudar, te tirar do meu mundo, mas não aprendi como esquecer e toda vez que eu me lembro, eu me sinto mal."









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